A justiça egípcia vai voltar a julgar os três jornalistas da Al-Jazeera detidos há um ano no Cairo.
O australiano Peter Greste e os egípcios Mohamed Fahmy e Baher Mohamed foram condenados em junho a penas de sete a dez anos de prisão, por alegadamente colaborarem com a Irmandade Muçulmana e difundirem notícias falsas do Egito.
As famílias dos três homens pediam a anulação da sentença e que fossem imediatamente libertados.
Ainda assim, o advogado de defesa Rajaa Awni diz que a decisão de repetir o julgamento mostra que “o tribunal errou na aplicação da lei, porque foi constituído de forma ilegal e ignorou a defesa, acreditando que todos os que trabalham para a Al-Jazeera pertencem à Irmandade Muçulmana, o que não é lógico”.
Com sede no Qatar, a Al-Jazeera exigiu que o processo tenha lugar “rapidamente” e que resulte na libertação dos jornalistas, para pôr fim ao que classificou de “injustiça”.
No exterior do tribunal, no Cairo, o irmão de Mohamed Fahmy diz esperar que “continue a reconciliação entre o Egito e o Qatar e que isso se reflita neste assunto, de forma positiva. Estes jornalistas foram oprimidos. São profissionais que não pertencem a nenhum grupo terrorista e não podem ferir o Egito. Espero que sejam libertados”.
A data do novo julgamento ainda não é conhecida. Segundo a defesa, o processo poderá prolongar-se por um ano, ou mesmo ano e meio.
O correspondente da euronews, Mohammed Shaikhibrahim, afirma que, apesar de tudo, “a decisão é vista [no Egito] como um sinal otimista, ao abrir a possibilidade para um desfecho positivo para os jornalistas no novo julgamento. De todas as formas, a decisão traz o caso novamente para o ponto de partida”.