Discurso à Nação: Putin confirma forte impacto das sanções ocidentais na economia russa

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No discurso anual do Estado da Nação, o presidente russo advertiu os conterrâneos de que se avizinham tempos difíceis, mas garantiu que a Rússia irá ultrapassar todas as dificuldades “pois as sanções ocidentais devem constituir um estímulo”.
Putin considera que a política externa agressiva russa é uma questão de autêntica sobrevivência por o país estar sob ataque de “inimigos” externos:
“- Finalmente, fez-se a reunificação histórica da Crimeia, Sebastopol e Rússia. Para o nosso povo, para o país, estes acontecimentos têm uma importância especial, porque é o nosso povo que vive na Crimeia, e o território é estrategicamente importante, além de ser uma fonte sagrada da nossa multifacetada mas unificada nação russa “

Como Vladimir Putin considera que o território e os seus habitantes são russos, desde os primórdios da cristandade, conta com a “absolvição” destes:
“- Tenho a certeza de que o povo ucraniano avaliará com justiça esta situação. Em relação à associação da Ucrânia com a União Europeia, não houve diálogo de todo. Fomos informados de que não temos nada com isso o que, numa linguagem simples, quer dizer apenas: “ponham-se a andar”.

Vladimir Putin confirmou que as sanções ocidentais têm um forte impacto na economia russa, mas que a Ucrânia foi usada como pretexto para travar as ambições de Moscovo.
Para Putin, o Ocidente usou mesmo a crise da Ucrânia como pretexto para impor sanções à Rússia, sendo estas uma “reação nervosa Estados Unidos e seus aliados”. O presidente russo diz que o Ocidente queria há muito tempo deter o crescimento da Rússia e teria “inventado qualquer coisa” para o conseguir, referindo mesmo o “puro cinismo” ocidental.

Jogando com o nacionalismo e a paixão histórica da união contra o inimigo, Putin, apesar de tudo afirmou não ter nenhuma intenção de “romper” as relações com a União Europeia ou com os Estados Unidos mesmo se alguns países apoiem “o desmantelamento da Rússia”:

“Apesar da nossa abertura sem precedentes e disponibilidade para cooperar nas questões mais difíceis, e mesmo tendo aceite como amigos os nossos inimigos do passado não duvidamos de que teriam tido o maior prazer em colocar-nos num cenário jugoslávio de desintegração – o que não deixámos – do mesmo modo que também não permitimos a Hitler. Todos se devem se lembrar de como estas coisas terminam.”

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