“O Natal chegou mais cedo” foi a piada que o presidente da Comissão Europeia usou – como habitualmente faz nos seus discursos -, desta vez para a apresentar um plano de investimento de 315 mil milhões de euros para dinamizar a economia, nos próximos três anos.
Na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, esta quarta-feira, Jean-Claude Juncker explicou que “o que precisamos é de usar de forma inteligente o dinheiro público, de maneira a captar investimento”.
“A despesa pública poderá ser usada naquilo que o Estado faz melhor: financiar os sistemas de educação e de segurança social, em vez de ser usada na dívida”, acrescentou.
O novo Fundo Europeu de Investimento Estratégico vai ter 21 mil milhões de euros e pretende alavancar 15 euros de investimento privado por cada euro do fundo.
Juncker recebeu aplausos dos eurodeputados do centro-direita e dos socialistas, mas os liberais estão mais pessimistas.
O líder desta família política, Guy Verhofstadt, disse que “pode investir-se o que se quiser em energia e redes digitais, mas se não se fizer a unificação dos 28 mercados que temos agora, não vai funcionar”.
Os conservadores também pedem outro tipo de iniciativas para que os fundos não sejam desperdiçados.
O seu líder, Syed Kamall, refere que “às vezes, os projetos dos governos são fantasiosos. Além disso, há legislação que dificulta o investimento, bem como excessiva burocracia nacional. Resolver esses problemas é mais importante do que o dinheiro”.
Algumas áreas prioritárias são as infraestruturas de transportes, energia e banda larga de Internet.
Questionado pela euronews sobre se é um plano otimista, Juncker respondeu que “não é otimista nem pessimista, é realista”.