O Reino Unido prepara-se para aprovar novas medidas contra os jihadistas europeus presentes no Iraque e na Síria.
Frente ao parlamento australiano, o primeiro-ministro britânico David Cameron revelou que Londres vai reforçar a sua política antiterrorista, com a possibilidade de proibir a saída ou o regresso ao país de indivíduos ligados a grupos armados islamitas.
“Em breve vamos aprovar novas medidas antiterroristas no Reino Unido, dando novos poderes à polícia para apreender passaportes, impedir pessoas suspeitas de viajarem para o estrangeiro e proibir cidadãos nacionais de regressarem ao Reino Unido, a menos que aceitem certas condições. As novas medidas deverão passar pela proibição das companhias aéreas que não respeitem as nossas listas negras, ou os controlos de segurança sobre os passageiros nos nossos aeroportos”, afirmou Cameron.
O primeiro-ministro britânico, que deverá discutir o tema com os líderes do G20 durante a cimeira em Brisbane, defendeu igualmente um reforço do controlo sobre a propaganda islamita difundida na Internet.
Cameron não avançou uma data para a aprovação das novas medidas, vistas tanto em Londres como em Washington, como um combate paralelo às ações armadas levadas a cabo pela coligação militar internacional no Iraque e na Síria.
Segundo o último relatório da ONU, o grupo Estado Islâmico conta com cerca de 15 mil combatentes estrangeiros nas suas fileiras, um quarto dos quais serão originários dos Estados Unidos e da Europa.
A decisão de Cameron de anunciar as novas medidas no estrangeiro ocorre num momento em que é acusado, no Reino Unido, de ceder ao discurso eurocético e xenófobo do partido UKIP.
O discurso frente ao parlamento australiano poderá ser uma forma de evitar que as novas restrições e controlos fronteiriços possam ser interpretadas, em Londres, como um argumento de política interna na reta para as legislativas do próximo ano.