Hong Kong: Governo regional pede suspensão das manifestações pró-democracia

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Continuam acampados nas ruas de Hong Kong os milhares de manifestantes que exigem um sistema democrático pleno para aquela antiga colónia britânica e a demissão do atual governo regional controlado pela China. A administração desta agora “região especial” chinesa recusa, contudo, ceder à pressão popular.

Apoiado por Pequim, o chefe do Executivo de Hong Kong apelou aos promotores do movimento apelidado como “Occupy Central” (Ocupar o Centro), e cuja manifestação está a ficar conhecida como “a revolta dos guarda-chuvas”, para suspenderem de imediato os protestos que durante o fim de semana degeneraram em confrontos com a polícia. “Os organizadores desta manifestação disseram por várias vezes que se o protesto perdesse o controlo, seria suspenso. Por isso, agora, peço para cumprirem o prometido e ponham um fim a esta ação de forma imediata”, afirmou Leung Chun-ying.

Os manifestantes receiam, sobretudo, a perda do controlo democrático da administração do território para Pequim, que pretende limitar e controlar os candidatos nas eleições previstas em 2017 para a região que há 17 anos passou de uma colónia britânica para uma região administrativa especial da China. No acordo de cedência, ficou estabelecido que o território mantinha lado a lado dois sistemas administrativos: o socialista que se pratica na China e o capitalista que vigorava antes em Hong Kong (em Macau, a antiga colónia portuguesa, o acordo em 1999 da coexistência dos dois sistemas foi similar).

Fora do território desde 1 de julho de 1997, o Reino Unido mantém-se distante, mas atento e até preocupado com o presente e o futuro da antiga colónia. “É claro que sinto uma profunda obrigação (de falar sobre o que se está passar). Já expressámos o quão preocupados estamos com o que está a acontecer em Hong Kong. Como é óbvio, quando chegámos a acordo com a China houve o cuidado de precaver a importância de garantir à população um futuro democrático dentro da aproximação entre os dois sistemas que estávamos a preparar com os chineses”, lembrou terça-feira, em entrevista à Sky News, o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

A China não se deixa, contudo, influenciar e já fez saber de forma não oficial que não vai permitir qualquer interferência externa na administração de Hong Kong.

Pequim qualificou, entretanto, como “ilegais” os protestos que começaram sábado a fazer-se sentir na região e que levaram a polícia local a recorrer a gás lacrimogéneo para tentar demover os populares. Os manifestantes pró-democracia, porém, não recuam e terão dado, inclusive, um prazo até esta quarta-feira para o governo regional aceitar as exigências apresentadas.

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