"Jihadistas" europeus multiplicam-se e estão mais perigosos

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O coordenador da União Europeia para a Luta contra o Terrorismo debateu com os eurodeputados, esta quarta-feira, a crise que envolve o grupo extremista denominado Estado Islâmico. Gilles de Kerchove falou de seguida com o correspondente da euronews em Bruxelas, Charles Salamé.

“Temos uma boa troca de informações e tentamos melhorar os dispositivos nessa área. A situação não é perfeita, mas considero que fizemos progressos significativos. Temos impedido jovens de se juntarem ao movimento, desmantelamos redes e detivemos recrutadores. Posso dizer que o sistema está cada vez mais eficiente”, explicou o coordenador.

Questionado sobre o atual nível de segurança na Europa, Gilles de Kerchove disse que “há um fenómeno muito acentuado atualmente que se prende com o número de pessoas que partem para combater em territórios estrangeiros, aqueles a que chamamos de “combatentes estrangeiros”“.

“Partem, sobretudo, para a Síria e para o Iraque, e representam um número muito impressionante, nunca tínhamos visto tal dimensão na Europa. No passado, houve combatentes de origem europeia no Afeganistão, Iémen e Somália, mas esse fenómeno nunca atingiu o número atual, que já vai nos três mil”, acrescentou.

O alto funcionário europeu explicou, ainda, que o regresso destes combatentes à Europa coloca um desafio de segurança significativo: “Alguns deles – mesmo que, provavelmente, seja uma pequena parte -chegam com uma melhor formação militar, mais radicalizados e, muito importante, desenvolveram uma rede internacional de contactos com outros “jihadistas”“.

“Além disso, – como vimos no caso de assasinato de quatro pessoas no Museu Judaico, em Bruxelas – são pessoas que se tornam altamente insensíveis à violência. Por isso, temos que avaliar cada pessoa que regressa em termos do grau de perigosidade que representa”, concluiu Gilles de Kerchove.

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