A Roménia está a viver um momento histórico, com o julgamento dos crimes do regime comunista.
Alexandru Vișinescu, antigo comandante de um campo de trabalhos forçados, começou a ser julgado em Bucareste.
Nicoleta Eremia é viúva de um antigo general romeno que esteve preso no campo dirigido por Vișinescu: “Mandei para o tribunal os relatórios que ele assinou, em que manda o meu marido para a solitária, em condições muito difíceis. Houve dias sem conta em que nem sequer lhe deram de comer”.
Há quem chame já a este julgamento uma versão romena dos julgamentos de Nuremberga.
“Um crime é sempre um crime, independentemente de quando foi cometido. Este julgamento é importante para a sociedade romena, porque mostra a dimensão dos crimes cometidos pelo regime comunista nos anos 50 e 60”, diz Andrei Murar, responsável pela investigação de crimes do antigo regime.
Estima-se que mais de 600.000 pessoas tenham sido presas nos campos de trabalhos forçados enquanto durou o regime autoritário, de 1947 a 89.