Reforço da autonomia da Escócia divide Londres

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A vitória do Não à independência da Escócia no referendo de quinta-feira parece longe de pôr fim à batalha sobre o estatuto do território.

Em Glasgow, uma das poucas cidades a apoiar a Independência, a polícia foi obrigada a intervir, no centro da cidade, para separar manifestantes dos dois campos, sem que se registassem incidentes.

Mas a nova batalha pós-referendo trava-se agora em Londres, em torno da autonomia reforçada da Escócia, que divide governo e oposição.

Como sublinha o economista Jim O’Neill, “a derrota dos independentistas evita uma reforma da constituição e uma devolução de poderes mais profunda por parte de Londres. Ao mesmo tempo vários políticos avançaram já com propostas concretas que penso que são positivas para o futuro do Reino Unido”.

O primeiro-ministro David Cameron confirmou ontem a intenção de dar mais autonomia à Escócia em matéria fiscal ou de educação, mas só após as próximas eleições, previstas para maio do próximo ano.

A oposição trabalhista e os liberais-democratas querem um voto sobre o reforço da autonomia, como acordado durante a campanha do referendo, antes de 27 de março.

Cameron, que parece fazer do resultado do referendo a rampa de lançamento da sua campanha eleitoral, apresentou igualmente as “contrapartidas” da autonomia escocesa, nomeadamente a impossibilidade dos deputados do país poderem votar em temas relacionados apenas com a Inglaterra.

Uma abordagem que, para alguns críticos, representa uma entrada dos conservadores no terreno do partido eurocético UKIP, que continua a ensombrar a formação de Cameron, depois de ter vencido as eleições europeias.

A proposta de limitar o direito de voto dos parlamentares escoceses é contestada pelos trabalhistas, que vêem na medida, uma forma de diminuir o peso do partido no parlamento que conta com mais de três dezenas de representantes escoceses.

Cameron anunciou ontem, após o resultado do referendo, a criação de uma comissão encarregue de apresentar propostas sobre o reforço da autonomia escocesa, que deverá apresentar as primeiras conclusões em novembro.

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