Quatro meses depois do ataque que provocou a morte de quatro pessoas, o Museu Judaico da Bélgica, em Bruxelas reabriu, este domingo, as suas portas, com uma cerimónia oficial, à qual não faltou o primeiro-ministro belga. Elio di Rupo.
Numa Europa onde o sentimento antissemita é cada vez mais forte, importado, em parte do conflito israelo-palestiniano, este museu quer ser mais forte do que o “ódio”, explica Joël Rubinfeld, presidente da Liga Belga contra o Antissemitismo: “Não combatemos alguém que conhecemos. Por isso, é importante que um museu possa passar a mensagem, ser pedagógico, explicar o que é a cultura judaica e isso permitirá trazer um pouco de luz face ao recrudescimento do obscurantismo.”
O alegado autor das quatro mortes, Mehdi Nemmouche, um francês de 29 anos, foi oficialmente acusado de “assassinato em contexto terrorista”.
“A reabertura do museu foi possível depois de o Ministério Público ter recebido garantias de que não seria prejudicada a reconstituição do crime que será realizada, em breve, no quadro do processo judicial em curso”, explica Isabel Marques da Silva, correspondente da euronews, em Bruxelas.
Face ao recrudescimento do antissemitismo, na Europa, o Conselho Central dos Judeus da Alemanha convocou uma grande manifestação, também este domingo, na Porta de Brandeburgo, em Berlim, a pouco metros do Memorial do Holocausto.
Sob o ‘slogan’ “Ódio dos judeus nunca mais”, milhares de pessoas disseram “presente” – incluindo a chanceler Angela Merkel.