Exibido no Programa Linha Direta Justiça em 24.06.2004. (completo)
No dia 17 de agosto de 1966, os técnicos em eletrônica Miguel José Viana, 34 anos, e Manuel Pereira da Cruz, 32 anos, desembarcaram na Rodoviária de Niterói (RJ) no início da tarde. Moradores de Campos, no mesmo estado, os dois - especialistas em instalação de transmissores e repetidores de sinal de televisão - haviam dito à familiares que estavam viajando para São Paulo a fim de comprar um carro e equipamentos eletrônicos. Miguel e Manuel saíram de Campos levando a quantia de dois milhões e trezentos mil cruzeiros (cerca de mil dólares) e fizeram o seguinte percurso: visitaram o dono da loja de eletrônicos Fluscop; compraram as capas de chuva e depois entraram em um bar, nas proximidades do Morro do Vintém, para comprar uma garrafa de água. Miguel e Manoel foram encontrados mortos no alto do morro no dia 18 de agosto. Sem marcas de tiros ou facadas, os dois traziam nas mãos estranhas máscaras de chumbo e o seguinte bilhete cifrado: "16,30hs está no local determinado 18,30hs ingerir cápsula, após efeito proteger metais aguardar sinal máscara". Foi o início de um mistério que persiste até hoje. Os corpos foram resgatados no dia 21 de agosto pelos bombeiros e levados para exame de necrópsia e toxicológico no Instituto Médico Legal de Niterói. O laudo saiu quase dois meses depois indicando causa indeterminada para as mortes. A polícia descobriu então que a dona de casa Gracinda Barbosa Coutinho de Souza dirigia seu carro no alto da Avenida Vinte e dois de novembro, em Niterói, no mesmo dia em que os técnicos subiram o Morro do Vintém, e viu um estranho objeto, com luzes azul e laranja, no local. Em Campos, a polícia descobriu que Miguel e Manuel haviam feito diversas experiências espirituais na cidade e estavam lendo livros sobre contatos extraterrestres. O caso ocupou então as manchetes dos jornais e revistas do país. A imprensa divulgou que os dois teriam sido mortos durante contato com extraterrestres e a morte dos técnicos ganhou o interesse dos estudiosos de Ufologia de outros países, como o francês Jacques Vallè. Um detalhe serviu para aumentar o suspense: a maior parte do dinheiro das vítimas desapareceu. Várias hipóteses foram levantadas, desde suicídio involuntário, roubo seguido de assassinato até morte por contato com extraterrestres. Mas a polícia nunca esclareceu o caso, que foi arquivado após três anos e ficou conhecido como "O Mistério das Máscaras de Chumbo". Hoje, 38 anos depois, autoridades revelam que, na verdade, o exame toxicológico nunca foi feito porque as vísceras apodreceram no IML de Niterói. As famílias das vítimas nunca conseguiram saber o motivo das mortes e apontam falhas na investigação do caso. Até hoje várias perguntas ficaram sem respostas: