José Sócrates: «É uma vergonha acusar António Costa de ambição ou vaidade»

Miguel Ângelo 2014-05-31

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Fonte: TSF
O antigo primeiro-ministro e ex-líder do PS afirma que «o mais trágico desta semana foi o PS colocar a intendência estatutária acima da política» e lamenta que a direção do partido não tenha convocado de imediato um congresso extraordinário.

Convidado do programa Bloco Central na TSF, José Sócrates afirma que «a questão da liderança está colocada em cima da mesa» e deve ser resolvida e clarificada com a marcação de um congresso extraordinário, de acordo com a «a cultura política de um partido onde a intendência sempre seguiu atrás da política».
Confessando que, enquanto secretário-geral, nunca teve grande tendência para estudar ou alterar os estatutos do PS, José Sócrates considera que «os congressos extraordinários servem para responder a situações extraordinárias, e esta é sem dúvida uma situação extraordinária».
Assumindo a defesa de António Costa, Sócrates considera que «todas as candidatura, dentro do PS, são candidaturas para servir o partido e o país», e que quem se disponibiliza para disputar uma liderança, porque entende que faz melhor do que o líder, nunca deve ser acusado de ambição ou vaidade. O antigo secretário-geral socialista afirma mesmo que a decisão de António Costa foi um acto de coragem «absolutamente legítimo», e que as acusações que lhe têm sido dirigidas, «seriam uma vergonha em qualquer partido».
Sublinhando que não está na política activa, José Sócrates afirma que, a haver eleições directas seguidas de congresso, «como militante de base, escolherei António Costa». Aliás, o antigo primeiro-ministro lembra que, desde que abandonou a liderança do PS em Junho de 2011, sempre defendeu que António Costa é a pessoa certa para liderar o partido. Na lista de elogios ao actual autarca de Lisboa, Sócrates destaca «a experiência e a maturidade política; alguém em quem os portugueses podem votar com confiança».
Este é um apoio que surge como natural, já que Costa e Sócrates sempre foram próximos. Em Setembro de 2004, José Sócrates chega à liderança do PS com o apoio expresso de António Costa, e quando o PS conquista a maioria absoluta, em Março de 2005, Costa deixa o cargo de eurodeputado, para assumir a posição de número 2 do executivo, com o cargo de Ministro de Estado e da Administração Interna. Em 2007, perante o cenário de eleições autárquicas intercalares em Lisboa, Sócrates escolheu Costa para a batalha eleitoral pela maior autarquia do país.
Paulo Tavares

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